Cartão vermelho para a Liga de Baixa Grande: quando o regulamento vira enfeite de mesa
A tarde de sábado, 15 de novembro de 2025, no Estádio Amado Ferreira, tinha tudo para ser apenas mais um daqueles capítulos felizes que a torcida do Baixa Grande Júnior — ou melhor, “o Gigante voltou” — gosta de contar. A bola rolou às 15h, valendo pelas quartas de final do Campeonato Municipal Baixagrandense, edição 2025, e o placar foi generoso: 4 a 1 para o Baixa Grande Júnior sobre a equipe de Lagoa do Mamão.
Mas, como no futebol baixagrandense a emoção nunca termina no apito final, dois dias depois — precisamente em 17 de novembro — a Lagoa do Mamão protocolou na Liga Baixagrandense de Futebol um ofício que promete mudar o rumo dessa história. O pedido? A desclassificação do Baixa Grande Júnior por escalar atletas irregulares.
E aí começa o espetáculo paralelo, digno de VAR imaginário e regulamento de gaveta.
Regulamento? Só se for decorativo.
Segundo o regulamento do campeonato, parágrafo quinto:
Cada equipe pode inscrever até 10 atletas de fora do município.
Mas, atenção, só 5 podem atuar por partida.
Simples, direto, objetivo. Ou deveria ser.
A Lagoa do Mamão afirma que o Baixa Grande Júnior colocou 6 atletas de fora em campo. Um número que, para quem sabe contar nos dedos, já representa irregularidade. Mas aparentemente, para quem deveria fiscalizar, pode ser apenas uma “confusão matemática”.
Afinal, na Liga Baixagrandense de Futebol, parece que 5 e 6 são números que podem ser reinterpretados dependendo da maré, do vento ou do time envolvido.
Liga Baixagrandense de Futebol: a arte de não responder!
A equipe do site Baixa Grande na Tela fez o que qualquer jornalismo sério faria: procurou o presidente da Liga, senhor Vandelan Sondre, para esclarecimentos.
A resposta?
Bom… até agora, silêncio absoluto.
Nenhum retorno, nenhuma nota, nenhuma explicação. Nem um áudio de WhatsApp às pressas. Nada.
Aparentemente, quando o assunto envolve atleta irregular e uma possível desclassificação do queridinho Baixa Grande Júnior, o telefone da Liga entra em modo avião.
O espaço segue aberto para esclarecimentos, até porque é isso que entidades esportivas devem fazer: dar satisfação ao público, cumprir regulamento e manter a credibilidade. Do contrário, vira piada pronta.
Quando o Gigante volta… mas não passa no teste do regulamento.
O Baixa Grande Júnior venceu em campo. Isso ninguém tira. Mas vencer com atleta irregular, se confirmado, é tão esportivo quanto marcar gol com a mão e pedir para “seguir o jogo”.
É aí que entra a responsabilidade da Liga Baixagrandense de Futebol — essa mesma que parece estar fazendo malabarismo para não assumir a própria obrigação moral e ética de fiscalizar, aplicar e respeitar o regulamento do campeonato.
Se a denúncia procede, a Liga terá de agir.
Se não procede, também terá que se pronunciar.
O que não dá é fingir que o problema não existe.
No futebol, a bola pode até ser redonda — mas a ética não pode ser maleável.
E no apito final…
A torcida do Baixa Grande Júnior vibrou, comemorou, gritou “o Gigante voltou”. Mas agora cabe à Liga mostrar se o regulamento também volta, ou se continua sumido como resposta do presidente.
No mínimo, a comunidade esportiva espera algo simples:
transparência, coerência e respeito ao regulamento.
Porque, do jeito que está, fica parecendo que a Liga precisa não de reforços de fora, mas sim de um bom técnico de organização — e talvez um professor de matemática para conferir quantos atletas entram em campo.
O campeonato segue.
A credibilidade da Liga… essa ainda está no banco, aguardando ser chamada.



